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terça-feira, 24 de agosto de 2010

Ela, ele e o biscoito

Ela andava apressada pela rua, era grande a vontade de chegar em casa. Precisava comer algo, a fome estava lhe causando náuseas. Desde criança sempre repugnou comer lanches na rua, dizia que não sabia os modos de quem os fazia, então optava por não comer.

Mas era sexta-feira, o dia em que a disposição já foi totalmente sugada pelos os outros dias. Mas mesmo assim tende-se cumprir com as exigências do dia a dia; estudar, trabalhar, procurar, cada um com suas responsabilidades.

Enquanto andava, lembrava da tediosa aula de sociologia que teve das 13:00 as 17:00hs. Durkheim, Max Weber, Karl Marx, esses nomes não saiam de sua mente.
Seu estomago lhe chamava atenção mais uma vez.
- Preciso comer algo! – Ela murmurou.
Ao olhar para o lado avistou um mercado, estava lotado de gente, mas não tinha alternativa a não ser entrar e comprar algo para calar seu estomago até chegar em casa.
Prateleiras de biscoitos. Ela parecia paciente e cautelosa ao escolher um biscoito. Não poderia ser de morango, pois detestava! Não poderia ser todo de chocolate, pois enjoava! Ela preferia os mistos. Pronto. Sabor leite condensado com chocolate. Olhou a enorme fila no caixa e se desanimou, mesmo assim prosseguiu.
- Hei, mocinha. Passe na minha frente! –Propôs uma gentil senhora.
- Obrigada! – agradeceu-lhe com um sorriso.
Pôs o biscoito na bolsa. Ela não se sentia a vontade comer enquanto andava, sempre dava mais atenção ou a comida ou aonde pisava, resumindo: ou tropeçava ou se sujava. Deduziu que seria melhor comer no ônibus.

Seus passos eram rápidos em caminho ao ponto de ônibus, rua movimentada, pessoas indo e vindo, foi quando ela passou por ele...seus passos diminuíram até parar.
Ela olhou para trás e o observou paralisada em meio a um monte de gente as quais se esbarrava nela.
Ele estava parado em um muro na calçada. Tão sozinho, tão pequeno, deveria ter uns cinco anos.
Ela resolveu se aproximar dele.
- Oi – Ela disse, passando as mãos pelos seus cabelos lisos, porém visivelmente maltratados.
Ele sorriu em resposta, um convite para ela se ajoelhar ao seu lado.
- Cadê sua mãe?- perguntou preocupada, mas sem deixar o tom amigável.

Ele sorriu mais uma vez e apontou para uma mulher do outro lado da rua, que assim como ele, trajava-se de roupas velhas e sujas. A mulher estava grávida e pedindo esmolas a quem passava ao seu lado.

Ao ver isso, e entender do que se passava, ela respirou fundo e engoliu seco tentando aliviar a queimação na garganta, sufocando um choro.
Olhou para o garotinho ao seu lado que ainda sorria para ela e se sentiu uma inútil por não poder fazer nada a respeito.
Fechou os olhos fortemente tentando conter as lagrimas que insistentemente se acumulava em seus olhos. Nesse momento não era mais seu estomago que doía, era seu coração.
Nesse momento ela lembrou de algo.
Algo que não mudaria a vida do garoto, mas que lhe traria alegria, instantânea, mas alegria.
Ela pôs apressadamente a mão dentro da bolsa e tirou o pacote de biscoito. Os olhos do menino acompanharam sua mão. Ela riu, nunca que um biscoito em sua bolsa lhe trouxe tamanha felicidade. Ela abriu a embalagem cuidadosamente e o deu ao garotinho, que mais uma vez lhe sorriu. Tomou isso como um “Obrigado”.
Ela se pôs de pé sem tirar as vistas do garotinho que comia desesperadamente o biscoito. Ela passou as mãos pelos seus cabelos em um gesto desolado enquanto ainda fitava o garotinho.
- tchau! – disse ela, forçando um sorriso, o qual o garotinho nem viu, ele nem a olhou, estava muito entretido no biscoito matando sua fome.

Ela olhou mais uma vez para a mãe do garoto do outro lado da rua que ainda continuava seu trabalho.

“Sociólogos! Tantas teorias e nenhuma solução” – Pensou.

Ela olhou em direção ao céu e murmurou algo muito baixo, provavelmente falara com Deus rapidamente e em seguida sem conter uma lagrima que rolava pela sua face, deu as costas para aquela cena e seguiu seu trajeto.

“ Felizes os que prateiam, porque serão consolados” – Mateus 5:4

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Esperar, esperar... até quando garotas?!

Até quando nós mulheres repetiremos o velho ato de ansiosamente esperar a ligação dele no dia seguinte?! Se todas nós já estamos cansadas de saber que a maioria deles não irá ligar. Até porque é fato: no dia anterior, além de nós, eles conheceram mais de 300 meninas e junto com elas seus telefones. Portanto é bem lógico que esqueçam de nós. Mas se caso você for a privilegiada em receber a ligação tão esperada entre 300 ou mais garotas...nada melhor do que fingir que nem lembrava dele, não concorda?
- Junior? Junior da onde???
Dá uma esquecida, ainda é uma das melhores maneiras de despertar o interesse. Afinal, desinteresse gera interesse e vice-versa, é como já dizia o profeta Maomé: “Pisa –cola, cola -pisa”. (Tudo bem... não foi Maomé que disse isso, ignorem essa parte).
Mas sobre dicas de paquera, deixemos que a Capricho e a Atrevida cuidem, até porque aqui não é um blog de auto-ajuda.

O caso é, até quando ficaremos ansiosas pela ligação deles?
A narração que veremos a seguir mostra o que já aconteceu e acontece com a maioria das garotas. (Que um garoto nunca leia isso).

Você já esta impaciente a espera da ligação dele, é claro que você não vai dá o braço a torcer ligando pra ele, é melhor esperar mesmo.
Depois de horas de espera você escuta o celular tocar, corre para atender com a mão cheia de espuma, afinal estava lavando os pratos, enxuga rapidamente em qualquer pano que encontra pela frente. Quando pega o celular... How?! Ele nem esta tocando e nem nunca tocou.
Se toca garota, de tanto você desejar a ligação dele, sua mente já esta reproduzindo automaticamente o sonzinho do toque do seu celular. Com uma cara péssima você volta para seus afazeres. Tenta se distrair fazendo milhares de coisas, mas assim como uma mãe que zela pela segurança de seu filhinho no parque não tira a atenção dele nem por um segundo. Voce não tira as vistas de seu celular. Caso isso aconteça seria fatal! Pois é, seria fatal perder a ligação dele.
Ah que bom! O celular está tocando e você já se certificou que não é sua mente usurpadora tentando te enganar, até porque, dessa vez você pôde ver de longe a iluminação do visor. Você da uma tossidinha limpando a garganta pra voz sair legivelmente encantadora.
- alô?!
How?!
Pois é, era sua mãe? Sei...podia ser qualquer pessoa na face da terra, seu pai, sua vó, sua tia falecida, o presidente Lula....Menos ele!

Frustação! Eu sei, já passei por isso, alias quem nunca passou por isso?! E o que mais me preocupa é que o numero de garota que passa por isso todos os dias é alarmante. E não são garotas (calouras) são garotas veteranas que já se viram nessa situação e se deixam vivencia-las.

E o pior garotas, é que este post não é uma dissertação na qual é obrigatório no final sugerirmos soluções para o problema que foi abordado.
Espero um dia, quando eu não sofrer mais desse mal, postar aqui uma solução. Até porque não somos nós que temos de esperar a ligação deles, são eles que tem que esperar as nossas!

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Abaixo o amor ?


Ao som de 21 Guns -Green day, trancada em meu quarto, em pleno domingo, comendo brigadeiro. A cena perfeita, a musica exata,o clima certo para escrever, não sobre mim, mas sobre ela.
Dona de um coração inconstante, não sabe se ama, não sabe se permite ser amada, simplesmente não sabe amar.
Vinte e um anos de pura teoria, sabe expor, como ninguém, seus sentimentos controversos através da escrita, mas na pratica é leiga.
Nem um ser se quer ouviu a frase “Eu te amo” vinda dela. How?!
Ela desconsidera a idéia que exista alguém especial para cada pessoa.
Ela conseguiu “odiar” um garoto que recitava Shakespeare para ela. How?!
Não sei exatamente se ela merece a minha eterna admiração, ou minha fugaz decepção.
Não sei se a invejo por ser ponderada, ou se a detesto por ser volúvel em questões de amor.
Só sei que gosto de lê-la, ouvi-la, gosto da parte dela que há em mim.
Apesar de já ter saído a frase “eu te amo” de minha boca para uma pessoa, esse fato não nos faz diferentes uma da outra.
Ela lerá isso e do mesmo modo como interpreta meus olhos, interpretará esse texto e perceberá que se trata dela. E discordará de mim quando eu disser que fui ousada e inconveniente ao, sem pedir permissão, a descrevi publicamente.
Ao contrario ela se deliciará com cada palavra.